18 de junho de 2012

Porque ser jornalista é bom!


EM PAUTA - No condomínio antes de eu me encontrar com a mãe que pedia socorro para ajudar os filhos 


Quando resolvi estudar jornalismo era pelo simples prazer de escrever. Durante a graduação, atrelada aos estágios, minha concepção sobre o que era jornalismo e o que eu gostaria de fazer dali pra frente foi mudando. Hoje gosto de ser jornalista por outros motivos, além daquele que me motivou a entrar na faculdade. O principal motivo é o de conhecer diferentes pessoas, de várias classes sociais, em vários momentos da vida.

Certa vez recebemos na redação do jornal o apelo de uma mãe que tinha dois filhos viciados em drogas que destruíra sua casa por conta do vício. Marcamos a entrevista e no período da tarde rumamos, fotógrafo e eu, para conversar com a mulher.

Na época ela trabalhava no condomínio Morada do Verde (condomínio nobre de Franca), o qual eu ainda não conhecia, como empregada doméstica. Passamos por construções gigantes, casas com lindos jardins, mas tanta beleza não amenizava a dor daquela mãe que pedia por socorro.

Ela já não sabia mais o que fazer. Os filhos vendiam até comida de casa para comprar droga. Enquanto aquela senhora relatava sua trágica história, eu pensava: que mundo injusto esse. Com tantas casas lindas, com tanta gente rica nesse lugar meu Deus, não é possível que ninguém pode ajudar essa mulher.

Finalizei a entrevista com um aperto no coração, por me sentir incapaz de fazer qualquer coisa para ajudar aquela mulher. Nos despedimos com lágrimas nos olhos e um abraço apertado. E a deixei com um: fica com Deus e boa sorte!

No dia seguinte, quando a matéria saiu. Recebi duas ligações de lugares que queriam internar os filhos daquela senhora. Fiquei feliz, afinal alguém nessa selva de pedra leu o que escrevi e se dispôs a ajudar. Emissoras de TV da cidade também repercutiram o caso e mais uma vez a história daquela família era dissipada a mais e mais pessoas, que de repente poderiam ajudá-la.

Hoje perdi o contato com a mulher e não sei se as internações deram certo e como os filhos estão, mas torço para que tenha dado tudo certo.

O bom de ser jornalista é que a gente se depara com situações tão diferentes do meio em que vive, conhece pessoas que de alguma forma te ensinam algo.

Com essa mulher aprendi que a ajuda vem de onde menos esperamos e que é preciso tirar forças, de onde você não sabe, para superarmos os problemas que a vida sempre nos coloca à prova.


4 comentários:

  1. Obrigada querida.
    Fico feliz em poder compartilhar com pessoas sensíveis o que vejo e como vejo o jornalismo.
    Bju

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  2. É este tipo de Jornalismo que espero poder fazer logo logo.. terminei Publicidade, mas de fato não me identifiquei com o curso! Pior que só vim perceber isso claramente no fim do 2º tempo! Vou começar também motivada pelo "gostar de escrever"! Fico apreensiva em "errar" a mira novamente, mas, quando leio coisas como essas, fico super motivada e decidida! Obrigada e parabéns pela forma como vc vê e faz o Jornalismo! :)

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    1. Oi Lígia que bonito o que escreveu. Obrigada pelo carinho e pela confiança.
      Se precisar de algo estou por aqui.
      Boa sorte!
      Bj

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