5 de julho de 2012

Entrevista da Semana - Repórter investigativo Giovani Grizotti

 SIGILO - É só assim que ele pode aparecer

O Blog da Ana Luiza de hoje estreia a editoria Entrevista da Semana. O jornalista entrevistado trabalha na afiliada da Rede Globo, RBSTV, no sul do país. Jornalista há 17 anos, Giovani Grizotti é um repórter diferente do que estamos acostumados a ver. Por fazer pautas de cunho investigativo, Giovani não mostra seu rosto. Está presente apenas no Twitter e só quem trabalha com ele sabe sua identidade.

Grizotti faz reportagens especiais também para o Fantástico. A última grande reportagem do repórter foi ao ar há duas semanas no dominical, sobre as fraudes em concursos públicos.

Hoje com 39 anos, Giovani formou-se na PUC do Rio Grande do Sul. Saiba um pouco mais sobre a trajetória desse profissional admirado por suas pautas relevantes e investigativas. Confira a entrevista que ele concedeu ao Blog da Ana Luiza:

Qual é sua trajetória profissional? Começou onde? Passou por quais empresas?
Comecei como colunista do Jornal de Capão, em Capão da Canoa, RS. Depois, trabalhei na Rádio Horizonte. Em 1996, passei a atuar na Rádio Gaúcha e desde 2001, na RBSTV.

Como são produzidas as pautas investigativas que você faz?
A maioria parte de denúncias recebidas por telespectadores. Quando percebo que começam a se acumular informações sobre um mesmo tema, passo a investir no assunto. Entro em contato com as pessoas, busco mais detalhes. No caso de uma grande reportagem, opto por tentar filmar os envolvidos com uma câmera escondida. Se tiver a ver com órgão público, me faço passar por assessor de alguma prefeitura ou câmara. Depois, no caso de reportagens nacionais, buscamos exemplos em vários estados, entramos em contatos com testemunhas, buscamos documentos. E colocamos o material no ar.

As sugestões partem de você?
Parte dos telespectadores, mas a percepção do que é mais importante, do que deve ser apurado, parte de mim. Preciso estar atento a tudo. Quando percebo que um fato criminoso está se repetindo várias vezes, aí invisto no assunto.


Por que você não pode aparecer nas matérias?
Primeiro por uma questão de estratégia: se eu mostrar o rosto, vou ser reconhecido na hora de fazer os flagrantes. A questão da segurança também conta.


Qual a dica que você dá aos jornalistas iniciantes que queiram trilhar o caminho do jornalismo investigativo?
É preciso gostar muito, ser apaixonado mesmo em descobrir coisas. E ser curioso. Claro, é preciso ainda uma dose de coragem e saber que a sua privacidade vai ficar um pouco comprometida. Nada de fotos com amigos, cuidados redobrados no trânsito, em locais públicos, enfim, ficar sempre antenado.


Imagem: Revista Press 


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