SIGILO - É só assim que ele pode aparecer
O Blog da Ana Luiza de hoje estreia a editoria Entrevista
da Semana. O jornalista entrevistado trabalha na afiliada da Rede Globo, RBSTV,
no sul do país. Jornalista há 17 anos, Giovani Grizotti é um repórter diferente
do que estamos acostumados a ver. Por fazer pautas de cunho investigativo,
Giovani não mostra seu rosto. Está presente apenas no Twitter e só quem
trabalha com ele sabe sua identidade.
Grizotti faz reportagens especiais também para o
Fantástico. A última grande reportagem do repórter foi ao ar há duas semanas no
dominical, sobre as fraudes em concursos públicos.
Hoje com 39 anos, Giovani formou-se na PUC do Rio Grande
do Sul. Saiba um pouco mais sobre a trajetória desse profissional admirado por
suas pautas relevantes e investigativas. Confira a entrevista que ele concedeu ao Blog da Ana Luiza:
Qual é sua trajetória profissional? Começou onde? Passou
por quais empresas?
Comecei como colunista do Jornal de Capão, em Capão da
Canoa, RS. Depois, trabalhei na Rádio Horizonte. Em 1996, passei a atuar na
Rádio Gaúcha e desde 2001, na RBSTV.
Como são produzidas as pautas investigativas que você
faz?
A maioria parte de denúncias recebidas por
telespectadores. Quando percebo que começam a se acumular informações sobre um
mesmo tema, passo a investir no assunto. Entro em contato com as pessoas,
busco mais detalhes. No caso de uma grande reportagem, opto por tentar filmar
os envolvidos com uma câmera escondida. Se tiver a ver com órgão público, me
faço passar por assessor de alguma prefeitura ou câmara. Depois, no caso de
reportagens nacionais, buscamos exemplos em vários estados, entramos em
contatos com testemunhas, buscamos documentos. E colocamos o material no ar.
As sugestões partem de você?
Parte dos telespectadores, mas a percepção do que é mais
importante, do que deve ser apurado, parte de mim. Preciso estar atento a tudo.
Quando percebo que um fato criminoso está se repetindo várias vezes, aí invisto
no assunto.
Por que você não pode aparecer nas matérias?
Primeiro por uma questão de estratégia: se eu mostrar o
rosto, vou ser reconhecido na hora de fazer os flagrantes. A questão da
segurança também conta.
Qual a dica que você dá aos jornalistas iniciantes que queiram trilhar o caminho do jornalismo investigativo?
É preciso gostar muito, ser apaixonado mesmo em descobrir
coisas. E ser curioso. Claro, é preciso ainda uma dose de coragem e saber que a
sua privacidade vai ficar um pouco comprometida. Nada de fotos com amigos,
cuidados redobrados no trânsito, em locais públicos, enfim, ficar sempre
antenado.
Imagem: Revista Press
Imagem: Revista Press
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