Ana Luiza Silva
repórter do Jornal Comércio da Franca
repórter do Jornal Comércio da Franca
Ana Laura, 9, sempre gostou de fazer muitas atividades depois da escola. Balé e jazz estão entre suas paixões. Aluna do 4º ano (antiga 3ª série) do Pestalozzi, ela tem uma legião de amigos que agora não pode encontrar todos os dias. Tudo por causa de fortes dores pelo corpo que começou sentir há quatro meses. No começo, a família imaginava que fosse manha da menina. Com o passar dos dias, as dores ficaram mais intensas e ela foi parar na cadeira de rodas. Após uma bateria de exames, o diagnóstico foi feito dia 15 de julho. Ana Laura está com leucemia.
Filha de Anderson Alves e Maralaine, proprietários de uma fábrica de acessórios para moto com unidades no Jardim Petráglia e no Bairro São Joaquim, Ana tem mais um irmão, o falante Luis Gustavo, 4. Antes da descoberta da doença, a rotina era como a de uma família de classe média como tantas outras do Jardim do Éden, onde moram. Nas manhãs era aquele corre-corre. Levar as crianças para a escola, depois buscá-las.
Após as aulas, balé, jazz, judô e aulas extras de matemática, português e trabalhos escolares.
Tudo começou a mudar em maio. Com o surgimento das dores, fazer exames médicos se tornou uma tarefa diária, na tentativa de descobrir a razão do sofrimento. Até que a família começou uma batalha contra o tempo.
A doença, que atingiu as células brancas do sangue, faz com que o tratamento seja cada vez mais intenso. A previsão é de que sejam precisos dois anos e seis meses para combater o câncer. Como foi diagnosticada ainda no começo, há esperança de cura. A doença progride rapidamente e exige que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico.
Além das quimioterapias que faz no Hospital do Câncer de Franca, Ana Laura também precisa se submeter a transfusões de sangue frequentes. Com o tipo sanguíneo A positivo, pouco comum, encontrar doadores também é um desafio. “Minha família tem doado, amigos também estão ajudando, mas pedimos para as pessoas doarem sempre ao Hemocentro. Não só hoje ou na semana que vem”, diz a mãe da garota.
DIA-A-DIA
Com a doença, a menina teve que se afastar da escola. Programas, como ir ao shopping, restaurantes ou à igreja, estão suspensos até a autorização dos médicos. A comida deve ser caseira e seguir uma série de restrições, como lavar os alimentos com água sanitária. Todos os cuidados são para que ela não pegue nenhuma infecção, pois uma simples gripe pode agravar seu quadro.
Nos próximos meses, Ana Laura deve enfrentar a perda dos cabelos, que um dia já foram na cintura, por conta da quimioterapia. Apesar da mudança drástica, ela mostra que é forte e, mesmo com dores e lágrimas, acredita que vai melhorar. “Agora as pessoas estão me ajudando e depois eu posso ajudar elas. Acredito que Deus vai me ajudar (sic)”, diz Ana Laura. “Ela não tem a dimensão real do que está acontecendo e tem passado por um psicólogo. Confio muito em Deus e nas orações que todas pessoas têm feito para a nossa filha. Vamos vencer”, garante a mãe.
(publicada pelo Jornal Comércio da Franca em 14 de agosto de 2011)
Acesse o link: http://www.gcn.net.br/jornal/index.php?codigo=140215
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