Ana Luiza Silva
repórter do Jornal Comércio da Franca
repórter do Jornal Comércio da Franca
Em 1982, Alairton José de Brito, 48, abriu uma oficina para consertar televisores. Vinte e nove anos depois, seu estabelecimento conserta vários outros eletroeletrônicos. Desde som para carro a bebedouro elétrico. A diversificação tem um motivo: sobrevivência. Ocorre que boa parte dos clientes que deixam sua TV para conserto não volta para buscar. A loja de Alairton abriga hoje cerca de 400 TVs de variados tamanhos e modelos que deveriam ter voltado para seus donos há mais de seis meses.
E ele não está sozinho. A reportagem ouviu outros 14 proprietários de oficinas que tentam sobreviver a nova era da tecnologia e à facilidade que o cliente tem de adquirir equipamentos eletrônicos em muitas parcelas. Todos têm televisores à espera dos donos.
Em algumas oficinas, as TVs esquecidas convivem com os fornos e ferros elétricos, videocassetes, aparelhos de som e microondas. A maioria dos comerciantes diz não cobrar nenhum adiantamento do cliente que deixa seus aparelhos para consertar, ou seja, não têm nenhuma garantia de que o cliente vai voltar.
Por conta desses “esquecimentos”, os comerciantes ampliaram o mix de serviços e passaram a oferecer instalação de antenas e de suportes para os novos televisores de LCD, plasma ou LED. Além disso, agora consertam notebooks e máquinas fotográficas digitais e vendem controles remoto, antenas, acessórios para som automotivo e outros produtos.
Cansado de ter sua loja abarrotada de aparelhos à espera do dono, o técnico eletrônico Djalma Fabião Cordeiro, 59, passou a exigir metade do pagamento antes de realizar o conserto. “Nós percebemos que as pessoas às vezes preferem deixar nas oficinas porque sabem que nós não vamos jogar fora. Enquanto suas casas ficam livre, nossas oficinas ficam cheias.”
Na contramão de Cordeiro, o também técnico eletrônico Jamil Batista Faciroli não exige nenhum adiantamento e diz que nunca vendeu aparelhos encostados em sua loja. Sua estratégia para não levar prejuízo é outra: não aceita consertar aparelhos antigos e tenta negociar um preço melhor com clientes que tiveram sua TV arrumada e não foram buscar. Se não der certo, desfaz o conserto, retira as peças que trocou e entrega o aparelho encalhado na casa do dono.
Segundo o advogado Denílson Carvalho, não há lei que obrigue os consumidores a buscar os aparelhos que deixam nas oficinas. Também não há lei que permita a venda dos equipamentos deixados pelos clientes (leia no texto ao lado).
Sem dinheiro, o sapateiro Carlos Aparecido da Silva admite que deixou seu televisor em uma oficina da cidade há cerca de dois anos e ainda não buscou. Ele disse que seu aparelho caiu e a caixa quebrou, mas, como tinha outro equipamento em casa, o que estragou não faz falta.
Mas, o sapateiro diz esperar que em breve possa arrumar um dinheirinho para buscar a TV.
Mas, o sapateiro diz esperar que em breve possa arrumar um dinheirinho para buscar a TV.
(publicada pelo Jornal Comércio da Franca em 10 de abril de 2011)
Isso é um absurdo, as pessoas esquecerem eletronicos e depois querer pegá-los, quem paga a conta, equipamentos consertados a tempos, se não estiverem em uso, são propicios a darem defeito, a lei precisa e deve ser mudada, senão com todo eesse lixo eletronico, as oficinas vão encher, e quem faz o brasil eletronico funcionar? São as oficinas de conserto, pois os paises de terceiro mundo, só vem lixo eletronico, aparelhos sem controle de qualidade, pq você compra um aparelho de marca conceituada e logo pifa, hora, os componentes que o compõem, são de baixa qualidade, nossas peças de reposição, pifam antes de colocarmos nos aparelhos!!! Se o controle de qualidade não funcionar e se o Brasil não se importar com isso, o dinheiro que cada brasileiro sua pra ganhar, vai pro lixo, vai parar num canto e nossas divisas, vão parar nos países que reciclam e vendem no mercado brasileiro, cada equipamento ruim inrriquece o bolso de alguém la fora!!!!!!
ResponderExcluir